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Modelo vivo, profissão ideal para o Naturista?

Posar nu diante de uma turma de artistas, que olharão o corpo detalhadamente para reinterpretá-lo sobre uma folha de papel ou tela, é o oficio de uma pequeníssima parcela da população brasileira. O ambiente desses estúdios de criação está longe de ser erótico ou exibicionista. É puramente profissional.

Por Pedro Ribeiro

As pessoas que posam para este tipo de técnica de ensino da arte são chamadas “modelos vivos”, mas a grande maioria delas posa vestida, usando roupas comuns ou roupas de banho. Um número muito pequeno posa inteiramente nu. E estas são valorizadas pelos artistas que precisam desenvolver suas percepções visuais do corpo humano sem censura.

 

Não é um “ofício” fácil, por exigir do modelo um bom condicionamento físico para ficar parado em determinada pose, às vezes bem desconfortável, por muitos minutos.

 

Johny Moraes é naturista fluminense nascido na cidade de São Gonçalo no estado do Rio de Janeiro, há 33 anos. Recém formado em Psicologia, profissão que exerce deste o final do ano passado, tem dedicado alguns momentos de sua vida a exercer o ofício de modelo. Jornal OLHO Nu fez uma breve entrevista com ele.

 

Você é modelo vivo há quanto tempo?

No mês passado (Novembro,2024) tive a minha primeira experiência profissional como modelo vivo, mas já tive experiências anteriores com artistas posando em vídeo chamada ou colaborando com artistas que desenham a partir da imagem da figura humana em fotos. As colaborações com fotos começaram em 2020. Em 2023 fiz algumas sessões de pose curta em vídeo chamada com o artista francês Grégoire. Os desenhos estão disponíveis na página no Instagram @acervo.jm . A minha estreia como modelo vivo em um ambiente profissional esse mês foi no Atelier de Arte Rio que fica no Centro do Rio de janeiro, sob a gestão de Bernardo Vasconcellos e Bruno Iglesias.

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É a sua única fonte de renda, ou exerce outra profissão ou serviço?

Sou psicólogo. Me formei no final do ano passado. Comecei a exercer a profissão em janeiro desse ano. A psicologia clínica é a minha atividade principal, mas gostei muito de atuar como modelo nu e pretendo conciliar o trabalho.

 

Como é ser modelo vivo? É trabalhoso? Constrangedor para você ficar nu diante de várias pessoas vestidas? E para os artistas, você acha que eles se sentem constrangidos em ter uma pessoa nua posando?

É uma experiência maravilhosa. Eu me percebi como parte daquelas artes produzidas. Pode ser cansativo manter a pose. É bom ter um bom condicionamento físico, fazer alongamentos e evitar fatigar o membro que sustentará o corpo na pose. No dia anterior à minha primeira sessão no Atelier de Arte Rio eu havia feito treino de perna na academia, o que me desgastou para a pose escolhida, a qual era um contrapeso onde o peso do corpo é sustentado por uma das pernas. Serviu de aprendizado. Evitei treinar perna antes das próximas sessões. Não me senti constrangido quanto à nudez. A minha experiência em ambientes naturistas desde 2015 me permite ter uma boa relação com meu corpo e a nudez; além do fato de ter o entendimento que eu estava em um ambiente profissional e a nudez seria convertida em arte. Eu permanecia sem roupa até nos intervalos. Ia à cozinha do atelier beber café sem roupa. Não percebi constrangimento dos professores e alunos. Todos foram muito simpáticos e respeitosos comigo.

 

Qual a sensação que você tem em ser observado nu por outras pessoas?

É muito satisfatório ter o olhar técnico direcionado à minha pessoa. A atenção e esforço de retratar no desenho cada parte do meu corpo, todas as curvas, sombras e movimentos contribui com o entendimento de que somos únicos. Outra pessoa ali, resultaria em outro trabalho.

 

O que levou você a escolher esta forma de trabalho?

Eu costumo fazer muitas fotos minhas quando estou vivenciando o naturismo e posto algumas na minha página no Instagram (@johny_moraes). A forma natural que apresento meu corpo nu chamou a atenção de alguns artistas que fizeram a proposta e eu abracei.

 

Você é naturista há quanto tempo?

Fui à praia do Abricó pela primeira vez em 2015 e já me enxerguei como naturista. De lá pra cá, venho me inserindo cada vez mais no naturismo. Esse ano me associei à NATES .

 

Você acha que um trabalho desse tipo pode ajudar a sociedade a aceitar melhor a prática naturista?

Percebo que a nudez ainda gera polêmica e desconforto. Não vejo muito diálogo entre filosofias, profissões e artes que tem a prática da nudez inserida nos seus exercícios. Acredito que a beleza da nudez nas artes pode ajudar a sociedade a enxergar o corpo com mais naturalidade. Mas cabe a nós também, enquanto naturistas, nos permitir dialogar e enxergar a nudez em diferentes nichos a fim de sermos vistos

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(enviado em 1/12/24 via WhatsApp)

(enviado em 21/03/24 por Pedro Ribeiro)

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