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Edição nº 299 - Outubro de 2025 - ano XXVI

BIBLIOGRAFIA DE NUDISMO
Um motivo porque o nudismo não se propaga no Brasil é carecer de evidência [1] : a ideia nudista não circula no espírito público, não é assunto de que se fale, não é notícia nos media [2] em geral, não há movimento de opinião pública em seu favor, não é ponto de aulas do ensino médio e superior; o comum do povo e até muitos instruídos ignoram-lhe a história entre gregos, romanos, medievais e na modernidade.
por Arthur Virmond de Lacerda Neto
Como facto histórico, o nudismo pode ser lembrado em aulas de história da Grécia, de Roma, da arte; em cursos de educação física, filosofia, sociologia, ética, direito.
O Youtube é meio excelente de divulgação de todo tipo de informação. Pode ser eficaz os nudistas lá publicarem alocuções sobre a causa nudista.
Na Alemanha e na França, nos anos de 1900 a 1920, o nudismo propagou-se rapidamente graças a vários livros (cujos títulos traduzi em a e b):
a) na Alemanha, Henrique [Heinrich] Pudor publicou Gente nua. Um grito de triunfo do futuro (1894), Cultura nudista (1906), Catecismo da cultura nudista (1906); Ricardo Ungewitter publicou Gente nua novamente (1903, de que se imprimiram quase cem mil exemplares em poucos anos); Nudez (1906, com várias reimpressões); Nu (1908); Nudez. Estudo crítico (1911); Nudez e cultura (1911); Nudez e ascensão. Objetivos para a renovação do povo alemão (1920); Nudez e moral (1925); Adolfo Koch publicou Educação física e cultura do nu (1924), fundou escola de educação física nudista, que teve treze filiais em Weimar e a ele se deve a expressão freikörperkultur (cultura do corpo livre).
b) Na França, Marcelo [Marcel] Kienné de Mongeot publicou Minha tia entre os

nudistas (1953), A favor do nudismo ou contra ele ? (nova edição de 2025); O abade entre os nudistas (1954); O abade entre os loucos (1958); A revolta dos sexos (1972); também a Revista naturista internacional, que alcançou seu número 123 em 1966; de 1926 a 1953 circulou a revista Primeiramente viver (“Vivre d´abord”), dirigida por Mongeot, que alcançou seu número 49 em 1956.

Czar Nicolau II em extrato de vídeo onde está com amigos aproveitando banho de rio ao natural.
c) Ademais, na Alemanha, na França, na Suíça, nos EE. UU. AA., na Finlândia, na Itália, na antiga União Soviética, surgiram escolas e piscinas nudistas, de 1910 a 1972, em número de 27 (ou mais). O czar Nicolau II era nudista.
Há livros sobre nudismo de publicação recente, em inglês, italiano, espanhol, francês, de que eis exemplos, em rol incompleto (em primeira edição ou mais do que primeira):
Naked and unashmed, de W. Welby. 2024.
The naked truth about nudism. William Welby. 2024.
It´s only natural. William Welby. 2024.
Naked: a Cultural History of American Nudism. Brian Hoffman. 2015.
Naturism in the United States. Frances Merril e Mason Merril. 2013.
Nudism at home. Glen McGinnis. 2024.
Nude living at home: the benefits of naked living and fun things you can do at home in the nude. Kristin Williams. 2023.
The complete guide to nudism. Liz Egger e James Egger. 2015.
How to Take Your Clothes Off: A Guide to Nudism for the Interested Beginner. Matthew McKermott. 2019.
How to become a naturist: the ultimate guide to naturism and nudism. Kelly Dixon. 2018.
A Parent`s Guide to Nudism. Lucas Riviera e Jaden Massini. 2017.
Nudist Stories. Vários autores (relatos de nudistas). 2021.
Nudist family. David Staller. 2020.
Christian nudism. Justine Hudson. 2024.
Happy naturists. Natural nude living in Ukraine. Andrii Litovchenko. 2004.
The nudist lifestyle handbook. 2024.
Jump into nudism. Lucas Riviera. 2017.
Nudism in Modern Life. Maurício [Maurice] Parmelee. 2012.
Nudism comes to Connecticut. Susan Schade e Jon Buller. 2023.
Facts about nudism: the real truth about the nudist movement. Hugo [Hugo] Morris. 2007.
Naked before God. Daniel Ziegler. 2014.
Naked feminism. Victoria Bateman. 2023.
Nudism in a Cold Climate. Annebella Pollen. 2022.
Le bonheur d´être nu. Le naturisme: un art de vivre. France Guillain. 1997.
Vivre le naturisme. France Guillain.
Histoire du Naturisme. Philippe Mary. 2021.
Histoire du Naturisme: le mythe du retour à nature. Arnaud Baubérot. 2004.
Osez... vivre nu. Marc Dannam.
Nu, simplement. Michel Vaïs.
La croisade de lumière. Artigos de Albert Lecocq de 1938 a 1951. 2023.
L`héritage du nudisme depuis Kienné de Mongeot. Juliano [Julien] Wolga. 2018.
Storia del nudismo. Il nudo-naturismo in Italia. João [Jean] Pascal Marcacci. 2013.
Paradis naturistes. Bernardo [Bernard] Andrieu e Amélia [Amélie] Lavin. 2024.
Nicola Capo. L´ideologo cilentano del naturismo e nudismo. José [Giuseppe] Galzerano. 2017.
Pour ou contre le nudisme ? Marcelo [Marcel] Kienné de Mongeot. 2025.
La nudité belle et vraie. Marcelo [Marcel] Kienné de Mongeot. 1958.
La révolte des sexes. Marcel Kienné de Mongeot. 2023.
Au pays des nudistes. Mark Haskell Smith. 2017.
Vivre nu. Margaux Cassan. 2023.
Vivir al desnudo. Margaux Cassan. 2024.
El desnudo al desnudo. Pedro López Anadón. 2006.
La desnudez: en las leyendas y la literatura. Oto Rank. 2023.
Anatomía de la desnudez. Paulo [Paul] Ableman. 1984.
La desnudez humana. Jean [João] Brun. 1977.
Historia de la desnudez. David Hevia. 2011.
Contra la desnudez. Oscar Tusquets Blanca. 2007.
La pérdida del pudor. El naturismo libertario español (1900-1936). Maria Carmen Cubero Izquierdo.
Mémoires d`un nudiste. André Santerre. 1952.
Le nudisme. Jean Deste. 1961.
Nudisme. Pourquoi. Comment. Carlos Augusto [Charles Auguste] Bontemps. 1930.
Desnudez. La novela passional del nudismo. Simone May. 1933.

William Welby escreveu algumas obras sobre nudismo, que até hoje são republicadas. (Img.: Amazon.com)
))Os livros de Richard Ungewitter pró-nudismo tiveram novas edições em alemão, em 2019, 2021, 2024.
No Brasil, ao contrário, o movimento editorial nudista é quase nenhum: desde 1932 publicaram-se (tanto quanto sei) somente treze livros:
Nudismo. Uma viagem ao paiz da gente núa, Vamos praticar o nu ?, O nu ao ar livre (este de 1932) os três de Arnoldo Piratininga, publicados os dois primeiros aparentemente na década de 1930. São raridades bibliográficas e "inincontráveis".
A verdade nua, de Luz del Fuego (1948), raridade. Pode aceder-lhe por esta ligação:
https://archive.org/details/averdadenua/page/n97/mode/2up
Ilha dos nudistas, de Luís Carlos [Louis Charles] Royer (traduzido), publicado aproximadamente na década de 1960. É raro e dificilmente encontrável.
Nos últimos anos publicaram-se:
Naturismo. A redescoberta do homem, de Celso Rossi (1993).
Corpos nus. Verdade natural, de Paulo Pereira.
Da identidade nua, de Paulo Pereira.
Pureza, de Nelci-Rones Pereira de Sousa.
Verdades que as roupas escondem, de Evandro Telles (organizador).
Naturismo. Um estilo de vida transformador, de Evandro Telles de Oliveira.
Nudez sem pudor, trilogia de William Welby (são os três opúsculos nomeados na lista acima[1]).
No Brasil acha-se em alfarrabistas História do pudor, de João Cláudio [Jean Claude] Bologne (edição portuguesa de ótima tradução. Contém capítulo sobre o nudismo).
O total é de treze nos últimos pouco mais ou menos 97 anos, de que História do pudor há em edição portuguesa, o que reduz para doze os publicados no Brasil, dos quais Nudismo. Uma viagem ao paiz da gente núa, Vamos praticar o nu ?, O nu ao ar livre, Ilha dos nudistas, A verdade nua são "inincontráveis", pelo que é de sete o número de livros de facto disponíveis.
[1] Evidência é a qualidade do que é evidente, do que não carece de prova nem demonstração. Evidência não é sinônimo de prova, indício, sinal nem pista, como vem sendo erradamente usado no Brasil, por má influência de maus tradutores e como anglicismo resultante de “evidence” que em inglês significa PROVA e que se não traduz como “evidência” e sim como prova ou pista, sinal, indício. — Os tradutores automáticos vêm traduzindo erradamente “modesty” por modéstia, mas em português “modesty” é pudor; “eventualy” não se traduz como eventualmente, e sim como finalmente;

Jorge Bandeira e Mayara Campos, autores da versão em português, em sessão de autógrafos para o lançamento do livro "A Trilogia do Naturismo" de William Welby, na livraria O Alienígena no centro de Manaus.
(Img.: Pedro Ribeiro)
“copy” (de livro) não se traduz como cópia e sim como exemplar; “references” não são referências, e sim fontes; “suport” não é suporte mas ajuda, apoio; “return” não é retorno e sim resposta.
[2] Media = meios de comunicação, do latim “media”. “Mídia” é dispensável anglicismo, derivado da pronúncia, em inglês, do latim “media”. A revista Veja de 6 de agosto de 2003 (edição 1814) publicou diminuta matéria sobre turismo nudista na Europa e nos EE UU AA; também na edição 2920, de 22 de novembro de 2024 (sobre a diminuição do nudismo na Europa). Algumas matérias, com mau gosto chamam peladões aos nudistas.
OBS.: A tradução brasileira padece de anglicismos de sintaxe e semânticos. Independentemente desta tradução, é de notar que “modesty” (vocábulo corrente nos textos em inglês relativos ao nudismo) não se traduz como modéstia, e sim como pudor, e que traduzir não significa seguir, palavra por palavra, a construção do original nem imitar vocábulos semelhantes porém de acepções divergentes (falso cognatos). Traduzir significa obter no idioma para que se traduz o equivalente do texto original, com sintaxe e semântica da língua de destino. Veja-se Educação Lingüística, de Arthur Virmond de Lacerda Neto (na rede, em PDF).
Contato com o autor: arthurvirmonddelacerda2@gmail.com
(enviado em 1/10/25 por Arthur Virmond de Lacerda)
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(enviado em 1/10/24)