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Terezinha Aguiar, a mãezona do Naturismo

No Naturismo brasileiro há algumas personalidades que nunca  desfraldaram bandeiras nem escreveram teorias ou tratados sobre nossa filosofia de vida, nem ocuparam cargos de diretoria em suas associações nem na Federação. No entanto, são pessoas carismáticas, conhecidas e muito bem queridas em todos os locais naturistas que frequentam. Uma delas é Terezinha Aguiar, quase onipresente nos eventos naturistas, principalmente nos do Sudeste. Nesta edição entrevistamos Terezinha, a mãezona do naturismo, sempre disposta a ouvir e ajudar.

Entrevista concedida a Pedro Ribeiro

Conhecida por sua alegria, simpatia, bom humor e dotes culinários, a carioca nascida em laranjeiras, morou na Tijuca até seus seis anos de idade e infância e juventude em Vaz Lobo e Turiaçu, dois bairros da zona Norte da cidade, Terezinha é uma unanimidade nos corações de quem já teve o prazer de conhecê-la pessoalmente. Por seu carinho e atenção, muitos naturistas que a conhecem pessoalmente a chamam de "mãe".

A enfermeira e terapeuta ocupacional aposentada, a naturista de 64 anos é muito conhecida nos eventos e nos encontros naturistas pelas habilidades culinárias que são sucesso certo

em todas as ocasiões. De vez em quando fica responsável por toda organização e até do “fornecimento” da alimentação em grandes eventos. Afinal, quem se esquece da feijoada que alimentou os participantes do I ECOSCNat em março de 2024, no Rio de Janeiro? E apesar de ser cozinheira de mão cheia e criativa, prefere mesmo é comer um bom prato de arroz com feijão. Ela confessa.

Descontraída, ativa, participativa, atenciosa são outras qualidades que Terezinha esbanja e é unanimidade entre quem a conhece e, até, entre quem ainda não a conhece, pois ela já está se transformando em lenda. Leia a entrevista concedida ao jornal OLHO Nu nos últimos dias de maio.

 

Quando e como você descobriu o Naturismo?

Então, descobrimos (mamãe e eu) ainda na minha infância, porém não sabíamos que tinha um nome específico, apenas não gostávamos de roupas. Sentíamos além de liberdade, a troca de energia entre os elementos naturais, como por exemplo, cuidar da plantas em casa e visitar cachoeira, mais deserta e escondida. Nós não entendíamos a real necessidade de usar maiôs para nos banharmos.

 

Mais tarde descobrimos umas reportagens sobre práticas do

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Naturismo na televisão, no SBT e na (extinta) Rede Manchete. Isso levou minha mãe a fazer associação na cabeça. Quando cheguei do trabalho, certo dia, minha mãe disse assim: " - descobri que somos naturistas! “ Ela tinha gravado as reportagens, (risos).

Apesar desse entusiasmo de mamãe, nunca conseguimos ir à praia, pois tínhamos que ajudar na criação dos meninos, os nossos afilhados que sempre estavam por perto e precisando de atenção..

Você é associada da ANAbricó. Já foi associada de alguma outra associação?

Nunca havia me associado a nada, até porque nunca tinha participado de nada coletivo relacionado ao naturismo, mas, como gosto de pesquisar e ler, fui buscar algo sobre a filosofia naturista e achei um vasto material e pessoas que se mostraram dispostas a trocar informações.

 

A primeira área naturista oficial foi a praia de Abricó, após muito pesquisar, pois fiquei com receio de ir porque houve um amigo que sempre me dizia que tinha que passar por dentro de uma floresta!!!!! (risos). Mas me tornei associada da ANAbricó em 2015. Sou até hoje.

 

A primeira área oficial privada que visitei foi em um encontro no Mirante do Paraíso, em Igaratá, interior de São Paulo. Lá eu conheci membros do SPNAT, alguns com quem eu já vinha mantendo contato pelas redes sociais. Passei a frequentar os encontros do grupo, onde sempre fui muito bem recebida.

Estive também no Recanto Paraíso, sítio lá em Piraí, acho que em 2013, mas não sei dizer se na época eles eram membros da federação, ou não. Para mim, o melhor lugar naturista em que já estive.

Você é uma pessoa muito querida e conhecida nas áreas naturistas, principalmente as do sudeste. A que atribui essa "legião de fãs"? É seu carisma?

Eu aqui morrendo de rir com essa ideia de uma legião de fãs. Olha só, deixa eu te falar uma coisa...  Eu sempre fui uma pessoa muito fechada, né? Eu sou na minha... Às vezes as pessoas pensam que eu não estou gostando das coisas... Eu sou muito de observar. Cada um tem uma forma de ser. Às vezes tem gente que “se acha” e vai de cabeça nas coisas... e acaba quebrando a cara, né?

 

Eu sempre procurei fazer amizade com as pessoas. Começar a entender o outro lado. O lado das pessoas com quem eu me relaciono. Acho que é por isso que eu sempre fui bem aceita.

Carismática? Posso até dizer que sou carismática em algumas situações, né? Eu não era tão carismática assim, não, mas são as pessoas que respeitam a gente. Sempre fiz muita troca de experiências, inclusive sobre naturismo, quando eu explico o que sei e aprendo o que eu não sei. Não é porque a gente tem mais de sessenta anos que não vai aprender. Todo dia a gente aprende e todo dia podemos ensinar. Sempre digo que se eu já chegar a ter conhecimento de 10% das coisas que existem na face da Terra, serei muito feliz.

Acredito que eu seja bem aceita por conta disso. Procuro ser uma pessoa prática. Se puder cooperar, coopero. Procuro dar atenção às pessoas inclusive no privado.


Sempre tento me informar no site da federação, no site do jornal OLHO NU, pegava umas entrevistas de lá, do falecido Paulo Pereira, que mostrava muito sobre a Luz (del Fuego). E com isso acabava fazendo amizade no virtual. Tanto que, quando chegava nos lugares dos encontros, a pessoa dizia que estava

“louca” para me conhecer. Como assim? (risos) Até nos dias de hoje o povo continua louco para me conhecer? Meu Deus do Céu! Eu, hein? Assim não é ruim, não, tá?

 

É claro que há os problemas do meio do caminho, mas como você me conhece, sabe que não sou flor que se cheira, então procuro afastar, dando uma paulada, uma pedrada, essas que você já conhece, é um belo chute, né, não?

Financeiramente falando, é muito caro ser naturista no Brasil?

Sim, se formos pensar nos custos de deslocamentos para participar de outros encontros. Afinal o Brasil é muito grande e temos poucas áreas naturistas, que estão espalhadas pelo país inteiro.

 

Você Já praticou naturismo fora do Brasil?

Infelizmente não. No futuro pretendo viajar para conhecer locais fora do Brasil.

Qual foi a sua maior alegria e a sua maior decepção dentro do naturismo?

Minha maior alegria foi conhecer mais a fundo essa cultura (filosofia) tão rica.

Minha maior decepção é saber que existem umas poucas pessoas que pregam uma coisa e fazem outra bem diferente.

 

Na sua opinião, o que falta para melhorar o naturismo no Brasil?

As pessoas, praticantes e não praticantes, aceitarem que ser naturista é uma vida normal (eu entendo até porque algumas pessoas não podem mostrar ao mundo sua preferência pela filosofia, pois, dependendo do tipo de profissão, terá problemas sérios, como já aconteceu)

 

Quer deixar alguma mensagem para nossos leitores e para os naturistas em geral?

Vamos nos unir para que mais pessoas entendam e aceitem o naturismo como uma coisa natural e sem pudores ou preconceitos. Não adianta impor, mas, sim, explicar  e mostrar a liberdade que essa prática nos traz.

Muito obrigado, Terezinha. Muita saúde e continue sendo essa pessoa cheia de qualidades positivas que você é.

(enviado em 29/05/25)

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